Dentistas, esqueçam um pouco os dentes! É obvio que a maioria das ações da Odontologia visam a saúde bucal mas… o indivíduo e suas emoções não podem de forma alguma, ficar em segundo plano!
Nessa semana tive a alegria e o privilégio de fazer parte de duas bancas de teses de doutorado na Faculdade de Odontologia da UFMG e as duas pesquisas avaliadas abordaram emoções e percepções do paciente no seu contexto. As duas foram orientadas pela Professora Júnia Serra Negra, que me convidou e a quem agradeço publicamente a consideração 😀 Opa! Um detalhe… a Júnia é uma super pesquisadora e… poetisa e… cantora. Literalmente um show! 😉
Uma das teses foi defendida pelo colega Maurício Antônio de Oliveira (coorientado pela Profa Miriam Vale) que avaliou medo odontológico em universitários e concluiu que as experiências odontológicas negativas na infância influenciaram o alto medo odontológico em adultos jovens. O Maurício fez dois estudos: um caso-controle (incluiu estudantes de odonto e de outras áreas) e um estudo longitudinal. No longitudinal, foram avaliados estudantes no primeiro e no último ano (os mesmos sujeitos) e ele viu que o conhecimento adquirido no curso não foi suficiente para reduzir níveis de medo odontológico de maneira geral.
Os artigos ficaram ótimos, serão submetidos e em breve quero dar notícia deles aqui!
😀
Parabéns Maurício!
os resultados das pesquisas dessa tese reforçam a responsabilidade da Odontopediatria! Analisando por essa perspectiva, manejo comportamental da criança é mais importante até que o dente! Pq certamente os decíduos dos sujeitos da amostra já esfoliaram, mas a impressão de como eles foram atendidas pelo dentista… Bom, essa está durando pela vida!!! E aí? Vale uma reflexão… Qual a atenção que estamos dando a esse ponto?
Em outras oportunidades, escreverei sobre as outras duas teses que participei nessa semana:
– a tese defendida na UFMG pela Lívia Fulgêncio, que abordou bruxismo e
– a tese defendida hoje na FOUSP pelo Rafael Celestino, que estudou metaboloma salivar
Ah, e voltei bem feliz: conheci novos colegas, matei saudades de outros e não preciso dizer o quanto fui bem recebida. Essa mineirada é boa demais da conta, uai! 😀
Obrigada!!!
Adriana, observo também que o nível de experiência anterior do odontopediatra como paciente odontológico interfere no manejo com o paciente infantil. Ouço muito os alunos dizerem que é só uma picadinha, ou “aguenta aí, não dói nada” , e quando pergunto o quanto já sofreram numa cadeira de dentista, muitos nunca tiveram uma cárie e não sabem como é essa dor. É a famosa empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro e que muitos não possuem. Parabéns, excelente artigo. Um abraço.
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Patricia Miranda temos um outro trabalho já publicado onde a maioria dos estudantes de odontologia que passaram por experiência odontológica negativa na infância relataram que não gostavam de atender crianças.Self-reported dental fear among dental students and their patients.
Serra-Negra J, Paiva SM, Oliveira M, Ferreira E, Freire-Maia F, Pordeus I.
Int J Environ Res Public Health. 2012 Jan;9(1):44-54. doi: 10.3390/ijerph9010044. Epub 2011 Dec 29.
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Perfeito, Patrícia!! Inclusive eu até falei sobre empatia no dia da defesa quando conversávamos sobre a necessidade da atenção às relações humanas na nossa profissão. A humanização do atendimento é fundamental e às vezes fica em segundo plano: existe um aspecto mecanicista na odontologia que se sobressai demasiadamente… Adorei sua colocação! Bj p vc!
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Foi uma honra pra nós ter você aqui Adriana Lira Ortega! Que bom ter este tema divulgado com tanta sensibilidade! Parabéns pelo belo trabalho!
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Obrigada mais uma vez, Júnia!! desejo muito sucesso para essa turma de feras!! Bjs
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Espetacular! Adriana, Junia e todos os envolvidos, PARABÉNS!!!!!
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Espetacular é a sua visita aqui, Dani!! 😀 Vc é demais… Obrigada pelo carinho! bj gd
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Prezados colegas, a minha pesquisa sobre o medo da criança do dentista iniciou em 1985 com defesa em mestrado na Engenharia de Produção – Área de Mídia e Conhecimento-2000- UFSC com o tema – Odontoeducação- Uma abordagem multidisciplinar e se tornam adultos com traumas .
Parabéns!!!
Clarice Gonzaga Barbosa
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Viu só Clarice como esse tema nunca se esgota e como é apaixonante? Temos muito que aprender com pessoas como vc que exploram também o lado humano da nossa profissão.
Obg pela gentileza! Gd abç!
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Profa Adriana,
A honra de te-la conosco nesses dois dias na UFMG nos trouxe alegria e novos conhecimentos.
Realmente, o comportamento humano é muito mais complexo do que apenas dentes. A Odontologia precisa de rever o paciente dentro de um contexto biopsicossocial e estudar a boca como parte de um ser indivisivel que tem emoções complexas. A profa Junia Serra-Negra me abriu as portas nas ciências do comportamento e nessa caminhada de seis anos de estudos encontro pessoas tão competentes como voce! Espero que mais e mais odontopediatras proporcionem e multipliquem os conhecimentos sobre o manejo adequado dos nossos pequenos pacientes para influencia-los positivamente no atendimento na vida adulta.
Grande abraço
Maurício
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Caro Maurício, a nossa odonto precisa de pessoas como vc: focadas e comprometidas com a Ciência e com o outro…
Parabéns pelo sucesso!! Bj
“No meio da tese tinha Rosa/ tinha Rosa no meio da tese…”
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Profa Adriana
Vou repetir meu comentário porque a Internet aqui está lenta e não vi sinal de que foi registrado.
A honra de te-la conosco nesses dois dias na UFMG nos trouxe alegria e novos conhecimentos. Realmente a odontologia precisa de rever o paciente além de dentes.
A odontopediatria deve multiplicar informações sobre o manejo adequado do pequeno paciente para a promoção da saúde e o comportamento positivo do adulto, quando necessário.
Este foi o primeiro encontro que pode proporcionar outros pela complexidade dos temas (medo E bruxismo) .
A Profa Júnia me abriu portas e nessa caminhada de buscas dos “porquês” precisamos de juntar conhecimentos.
Muito obrigado pelas contribuições científicas e pela delicadeza e carinho com que nos referiu!
Grande abraço
Mauricio
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