Grade? Klammt? Concha? Bite block? Removível ou fixo? Qual o aparelho é o mais indicado para crianças? Existem diferentes indicações para diferentes fases? Em qual perfil de paciente ocorre maior efetividade das diversas opções de aparelhos?
Fui pesquisar sobre a eficácia dos tratamentos de mordida aberta em crianças e lá encontrei o trabalho do Feres et al, de julho de 2015. É uma revisão sistemática (topo da pirâmide de evidências) publicado no The European Journal of Orthodontics e os autores afirmam que por causa da pobre qualidade dos artigos não têm evidências suficientes para chegar a uma conclusão…
Afeee… Fico chateada (#xatiada) quando vejo quanto a ortodontia/ortopedia carecem de evidências consistentes… Que diferença quando o assunto é dor, bruxismo ou cárie, p ex! Claro que nessas outras áreas ainda temos mais dúvidas do que respostas, mas a sensação que tenho é que a área mais carente ainda é a da correção oclusal…
Bom, voltando para a minha pesquisa… Encontrei outro trabalho mais recente também dessa mesma equipe (são de Universidades brasileiras, exceto o Flores-Mir) e super fresquinho: publicado agora esse mês! Eles foram investigar a efetividade de aparelhos para correção de mordida aberta com interceptação do hábito. Novamente os autores se deparam com informações com limitações importantes… Com as informações que dispuseram, os autores conseguem apontar a grade palatina como parecendo ser efetiva em curto prazo.
Será que é mesmo a grade mais eficiente ou a que foi mais estudada? 😉
Precisamos analisar e discutir as informações…
Preciso esclarecer que meu foco nessa investigação foi aparatologia, porque o tratamento de mordida aberta em criança começa bem antes!! Antes disso, é necessário uma investigação do fator causador (ou fatores…) e a resolução da situação adversa.
Antes de querer saber o que fazer, precisamos saber o que levou o paciente a ter alteração!!
E os outros aparelhos? Os odontopediatras que também trabalham com correção oclusal precisam pesquisar bastante o que tem de publicação, níveis de evidência de cada um, bem como em quais revistas foram feitas as publicações.
Infelizmente não encontrei protocolos de tratamento validados para essa condição…
A propósito, atualizando a aula, achei um artigo de colegas que participam comigo da Pós Graduação em Odontopediatria na Egas Moniz, em Lisboa: Helena Agostinho que foi orientada pelo Prof Ustrell, da Universidade de Barcelona. Fiquei feliz em ver o artigo da Helena e vou discuti-lo com as meninas 😀
E pq fui revisar o assunto? Amanhã darei aula no nosso curso Ortodontia/Ortopedia na Clínica Odontopediátrica sobre… Mordida aberta 😉
E vamos estudar!!!

Muito fã de pessoas como ela!
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Obrigada pelo carinho com a página, Roberta :D! Bj
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bom dia , Adriana! Também fico muito triste com essa carência de artigos para a oclusão decídua . Minha dissertação de mestrado foi sobre a oclusão de crianças de 1 a 3 anos. O que falta é a vontade dos pesquisadores em escutarem mais os clínicos neste tipo de pesquisa . É a área que abrange a odontopediatria , a orto e a ortopedia mas que ainda é terra de ninguém . Quando o odontopediatra conhece as outras áreas ele pode ajudar sim nas suas questões e nas dúvidas que surgem durante o tratamento. Na oportunidade convido a vc e aos demais professores que tiverem interesse no assunto a participarem do nosso encontro Gesic que acontece em outubro e que sempre convida professores da odontopediatria para virem a nossa experiência clínica de mais de 30 anos de acompanhamento dos casos tratados incluindo pacientes na primeira infância . A evidência clínica é sim justificada pela científica mas com poucos artigos ainda na primeira infância. Torço para que nossa iniciativa toque o coração de pessoas como vc que sentem essa necessidade. Grande abraço, Júnia. #amoaodontopediatria nos encontros anteriores tivemos prof convidados como a Dra Silvia Chedid, a Dra Dalete Nahas e sua filha Dra Fernanda e o Dr Gabriel Politano estamos tentando😀
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Olá Júnia! certamente há muito para aprender também nessa área. Mas por enquanto seguiremos nos guiando pela melhor evidência disponível, que é uma das diretrizes da Odontologia Baseada em Evidência 😉
Agradeço o convite e a gentileza do seu comentário. Gd abç
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